Pedagogia da Autonomia: Um tapa na consciência docente

Pedagogia da Autonomia: Um tapa na consciência docente

Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa/ Paulo Freire – São Paulo: Paz e terra, 1996, é uma obra que desperta no leitor a reflexão sobre a responsabilidade da prática docente na formação integral do educando.
Com propriedade Paulo Freire mostra um novo ideário no âmbito da prática docente. Ressalta em toda a obra as exigências do ensino-aprendizagem mediante a concepção de educação que objetiva a formação cidadã, esta, que vai muito além do ensino de conteúdos sistematizados, pois para o autor o ensino destes não pode dar-se a margem da realidade do educando, porque tal atitude “amesquinharia o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador”.
Assim como Hamilton Werneck (Vozes, 1995), Paulo Freire também critica a postura de professores que veem o ensino como simples transmissão de conhecimento, e a denomina como educação bancária, onde o aluno é visto como receptor passivo e o professor o detentor do saber. É pertinente ressaltar que para Freire, na concepção de educação cidadã (ou formação plena) o bom professor não é exatamente aquele que cumpre a risca o currículo que lhe foi entregue pela escola, mas sim aquele que valoriza o conhecimento de mundo que o aluno traz e o vê como sujeito da própria aprendizagem.
A prática educativa proposta nesta obra envolve-se com todos os aspectos relevantes na vida do ser humano. Se a finalidade da educação é o preparo do indivíduo para viver em sociedade, não há justificativa em oferecer um ensino que proporcione somente o desenvolvimento cognitivo do educando, é preciso ir além, oferecer uma formação que contemple todas as habilidades inerentes ao ser humano, o cognitivo, profissional, social e moral.
Paulo Freire não se hesita em sugerir no decorrer deste livro os saberes necessários à pratica educativa. É enfático em dizer que ensinar envolve afetividade, diálogo, alegria, amor a profissão, testemunho