Pedagogia da Autonomia - Resumo do primeiro capítulo
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
PRÁTICA DOCENTE: PRIMEIRA REFLEXÃO
O autor Paulo Freire, na presente obra, tem como interesse central tratar a respeito de saberes indispensáveis à prática docente de educadores críticos, progressistas, salientando a importância de uma reflexão crítica de seus aspectos práticos. Ele explica que se utiliza de algumas idéias retomadas de obras anteriores, e aponta a necessidade da consciência “de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (p. 24).
Paulo Freire aponta que “não há docência sem discência”, na medida em que quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender (p. 25). Assim, “ensinar inexiste sem aprender e vice-versa, e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar” (p. 25-26).
Portanto, quanto mais criticamente é exercida a capacidade de aprender, mais se constrói e se desenvolve a “curiosidade epistemológica”, como denomina o autor, sem a qual não é alcançado o conhecimento cabal do objeto estudado, sendo ainda fundamental que o educando mantenha vivo o gosto pela rebeldia, pela problematização e por ir além de seus conhecimentos.
1.1 – Ensinar exige rigorosidade metódica
O educador democrático tem como uma de suas primordiais tarefas a de “trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se aproximar dos objetos cognoscíveis” (p. 28), diferentemente do discurso “bancário”, meramente transferidor de conteúdo. Dessa forma, ensinar não deve ser superficial, mas adentrar à produção de condições em que aprender criticamente é possível, o que implica a presença de educadores e educandos criadores.
Paulo Freire explica que cabe ao educando compreender que o