Pedagogia da autonomia, capitulos 2 e 3
Paulo Freire (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 165 p.
Paulo Freire coloca no segundo e terceiro capítulo de seu livro que educadores criem possibilidades para que seus alunos construam seu próprio conhecimento, que esse aluno seja crítico em relação ao assunto abordado, e não somente concordar com tudo o que o educador disser, assim, perguntando sobre o assunto, tirando suas curiosidades sobre o assunto. Ele propõe que o aluno não deve aprender apenas pelas razões de ser, sejam elas “ontológicas, políticas, éticas, epistemológicas, pedagógica, mas também precisa ser constantemente testemunhado, vivido” (p. 47) Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar qualquer forma de discriminação que separe as pessoas em raça, classes, é ter certeza de que faz parte de um processo inconcluso, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto há sempre possibilidades de interferir na realidade a fim de modificá-la. Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando, exige o bom senso que tem uma enorme importância na prática, como exercer autoridade em sala de aula para que seja respeitado, e não para que os alunos tenham medo de sua autoridade, Freire coloca que “de nada serve, a não ser para irritar o educando e desmoralizar o discurso hipócrita do educador, falar em democracia e liberdade, mas impor ao educando a vontade arrogante do mestre” (p. 62). O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros (...). O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais tênue sinal