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Almir Paulo dos Santos
SEGUNDA INFÂNCIA E A EDUCAÇÃO NATURAL EM
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Dissertação apresentada ao curso de pósgraduação em Educação, da Faculdade de
Educação, da Universidade de Passo
Fundo, como requisito parcial para obtenção de grau de Mestre em Educação, tendo como orientador Dr. Cláudio Almir
Dalbosco.
Passo Fundo
2008
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A Deus, na certeza de sua companhia. Minha esposa Vânia e filho Eduardo pela presença e compreensão. Orientador Dr. Cláudio Almir
Dalbosco por estar sempre acompanhando e orientando. Aos Professores e Secretaria do
Mestrado em Educação, pelos ensinamentos proporcionados ao longo dessa caminhada. Meu muito obrigado a todos.
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“O grande inconveniente dessa primeira educação é que ela é perceptível aos homens clarividentes e, numa criança educada com tanto cuidado, olhos vulgares enxergam apenas um moleque” (ROUSSEAU, 2004, p. 209).
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RESUMO
A investigação, objeto da presente exposição, aborda o conceito de segunda infância no segundo livro da obra Emílio ou da Educação de Jean-Jacques Rousseau. O núcleo de tal conceito repousa no fortalecimento do corpo e no refinamento dos sentidos e, para justificá-lo,
Rousseau recorre à tradição antiga, incorporando a seu projeto de educação natural aspectos ético-cosmológicos bem definidos daquela tradição. O trabalho reconstrói, em primeiro lugar, aspectos nucleares daquela tradição, evidenciando, a partir de Platão e Sêneca, a unidade racional e bondosa do cosmo. Na seqüência, confronta esses resultados ético-cosmológicos com a tese rousseauniana de vinculação da infância com a idéia de humanidade inserida em uma ordem cósmica. Este confronto forma o pano de fundo mediante o qual se analisam em detalhes os argumentos desenvolvidos a favor do fortalecimento do corpo e do refinamento dos sentidos. Por fim, na última parte, trata de refletir sobre as implicações morais desta análise para o projeto de educação natural. A idéia