Paulo Freire
Ele alega que um dos piores males que o poder público vem cometendo com a educação no Brasil é o de fazer com que os educadores se tornem cansados da profissão, graças a um histórico realmente longo de descaso com a educação no país, fazendo com que os profissionais caiam no indiferentismo, ou seja, os induzindo a cruzarem os braços ,acreditando não ter o que fazer, começando a tomar um discurso acomodado, incapazes de lutar pelos seus direitos.
Em seguida ele segue a falar sobre o respeito de professor à pessoa do educando. Isto é, respeito à sua curiosidade, à sua timidez e que não se deve, jamais, realizar procedimentos inibidores, ou seja, que venham a criar algum tipo de barreira entre aluno e professor. “Exige de mim o cultivo da humildade e da tolerância”.
“Como posso respeitar a curiosidade do educando se, carente de humildade e da real compreensão do papel da ignorância na busca do saber, temo revelar o meu desconhecimento? Como ser educador, sobretudo numa perspectiva progressista, sem aprender, com maior ou menor esforço, a conviver com os diferentes? Como ser educador se não desenvolvo em mim a indispensável amorosidade aos educandos com quem me comprometo e ao próprio processo formador de que sou parte? Não posso desgostar do que faço sob pena de não fazê-lo bem. Desrespeitado como gente no desprezo a que é relegada a prática pedagógica, não tenho por que desamá-la e aos educandos. Não tenho por que exercê-la mal. A minha resposta à ofensa à educação é a luta política, consciente, crítica e organizada contra os ofensores. Aceito até abandoná-la, cansado, à procura de