paulo freire
O AUTOR PRETENDE COM ÊSTE ESTUDO tentar uma análise global do trabalho do agrônomo, chamado errôneamente "extensionista”, como educador. Pretende ressaltar sua indiscutível e importante tarefa junto aos camponeses (e com êles), a qual não se encontra corretamente indicada no conceito de “extensão”.
O trabalho constará de três capítulos, cuja sequência, de tema a tema, o autor espera que exista.
Partindo da análise semânt ica do têrmo extensão, passando pela crítica a seu equívoco gnosiológico, detendo- se em considerações a propósito da invasão cultural, discutindo a reforma agrária e a mudança; opondo à extensão, a comunicação, o autor discute, finalmente, a educação como uma situação gnosiológica, em cuja prática a “assistência técnica” teria outras dimensões.
O autor reconhece as limitações do seu estudo, que considera fundamentalmente aproximativo. Uma delas poderia ser explicada, talvez pelo fato de ser êle um educador e não um agrônomo educador.
Contudo, sua experiência, no campo não sòmente da alfabetização de adultos, associada ao processo da conscientização, como também na pós- alfabetização, na cultura popular, em áreas urbanas e rurais, o anima a fazê- lo. Além disso, se o trabalho do agrônomo, no campo aqui discutido, é pedagógico, não parece estranho ao autor que medite sôbre êle, esforçando- se por aclarar suas características gerais.
Hoje, provàvelmente mais do que ontem, parece ao autor inadiável que se discuta, interdisciplinarmente, a assistência técnica, tomando o homem a quem serve como o centro da discussão. Não, contudo, um homem abstrato, mas o homem concreto, que não existe senão na realidade também concreta, que o condiciona.
Esta é a razão pela qual, necessàriamente, esta discussão, tomando o homem como seu centro, se prolongará até à realidade, pois que, sem ela, não é possível aquêle e, sem êle, não é possível a realidade. Finalmente, parece necessário ao autor propor êste ensaio, não como uma “última Finalmente,