Paulo freire
O estágio sempre foi identificado como a parte prática dos cursos de formação dos profissionais, em contraposição à teoria. O curso de formação de professores carece de teoria e de prática. 1. A prática como imitação de modelos Prática é tudo aquilo que fazemos “ato”, e pode se entender modelo o seu modo de fazer as coisas, seu jeito de ser, e isso quando na sala de aula, o educando, o modelo dos alunos, alguém em que eles se espelham. Quando transportamos para o estágio, nesse contexto é um período de análise, de observar o professor na ministração de sua aula, o que ele vai imitar na transmissão das aulas. 2. A prática como instrumentalização técnica
O exercício de qualquer profissão é técnico, no sentido de que é necessária a utilização de técnicas para executar as operações e ações próprias. Assim, o médico, o dentista necessita desenvolver habilidades específicas para operar os instrumentos próprios de seus fazer. O professor também. A atividade do estágio fica reduzida à hora da prática, ao como fazer.
O processo educativo é mais amplo, complexo e inclui situações de treino, mas não pode ser reduzido a este. A habilidade que o professor deve desenvolver é saber lançar mão adequadamente das técnicas conforme as diversas e diferentes situações em que o ensino ocorre, o que necessariamente implica a criação de novas técnicas.
3. O que entendemos por teoria e prática
O reducionismo dos estágios às perspectivas da prática instrumental e do criticismo expõe os problemas na formação profissional docente. A dissociação entre teoria e prática aí presente resulta em um empobrecimento das práticas nas escolas, o que evidencia a necessidade porque o estágio é teoria e prática (e não teoria e prática).
A prática educativa (institucional) é um traço cultural compartilhado que tem relações com o que acontece em outros âmbitos da sociedade e de suas instituições. No estágio dos cursos de formação de professores, compete