Paulo Freire e Vigotsky: aproximações
No texto “Dialogando com Paulo Freire e Vygotsky sobre educação”, Luciana Marques e Carlos Alberto Marques traçam alguns pontos de aproximação entre as teorias freiriana e vygotskyana sobre o processo pedagógico, tais como: a concepção de sujeito histórico, a perspectiva interativa dos processos de aprendizagem, a centralidade do diálogo na ação pedagógica, a noção de construção do conhecimento partindo e chegando aos mesmos pontos e as críticas ao modelo tradicional de ensino.
Para os dois educadores, os homens e mulheres envolvidos nas ações de aprendizagem são seres sociais dotados de capacidade de ação, compreensão e exposição. Portanto, capazes de criar e recriar a realidade que os rodeia, embora possam apresentar discursos conflituosos.
Para Paulo Freire, o ser é transformado em sujeito histórico a partir de seus pensamentos e de suas ações sobre a realidade, orientados pela consciência, manifesta no senso crítico. O sujeito histórico é engajado, compromissado com a realidade que o rodeia, consciente da sua condição transformadora e inconclusa.
Necessário é que reconheçamos todos com sujeitos históricos, já que, como teoriza Vygotsky, o aprendizado ocorre a partir das interações do sujeito com o ambiente sociocultural que o rodeia, historicamente situado.
Outro ponto de convergência entre as duas teorias é a concepção de que o desenvolvimento individual e social acontece a partir da comunhão entre homens e mulheres. Ambos concordam que os processos educacionais são interativos, na medida em que ocorrem a partir das relações sujeito-sujeito e sujeito-mundo.
Consequentemente, nos processos educacionais, o sujeito toma consciência da sua condição inacabada – passível de transformação – e envolve-se num processo de libertação dos elos aprisionantes, através da comunhão e da crença na possibilidade de realizar o “inédito viável”, o ideal utópico da mudança. Paulo Freire acreditava que a educação seria um