Artes visuais
Sainy C. V. Veloso*
Resumo: A autora recorre à história da educação artística no Brasil para dimensionar a formação profissional e seu compromisso com a reflexão crítica, criação e sensibilidade visando a mudanças socioculturais. Palavras-chave: arte; educação; sentido; linguagem; senso crítico; consciência histórica.
Diz a sabedoria popular que um problema nunca vem só. Acredito piamente. Destarte, entre um emaranhado de linhas embaralhadas puxo dois fios – considerando-os mais significativos – para buscar entender as relações entre arte, arte-educador e educação no Brasil. O primeiro fio é histórico. Como o processo de colonização construiu nossa idéia de arte e, consecutivamente, de arte-educação? Reproduzimos esse modelo até hoje? Enroscado no primeiro fio encontramos o segundo. O que somos? Arteiros, arteeducadores, alienados? Como construímos nossa formação profissional? Dimensionamos o fato de estar inferindo na formação de alguém e, consecutivamente, criando nossa própria realidade? A arte é competência somente de artistas e arte-educadores? Seguindo o fio histórico percebemos os séculos XIX e XX, no Brasil, ricos em manifestações culturais e artísticas. Iniciam-se as primeiras instituições de ensino das artes seguindo modelos europeus. Preparávamos nossos artistas para habilidades técnicas e gráficas adequadas à expansão industrial européia. Lembramos, contudo, que no Brasil desses séculos não havia demanda para esse fim. Oficia-se, assim, por meio da Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro, o ensino artístico brasileiro, preparando profissionais alienados de nossa realidade. Isso sem contar com a formação de profissionais de arte, por artistas europeus, neoclássicos, voltados para a técnica do “saber desenhar”. Profissionais em nível institucional que vieram para o Brasil com a Missão Francesa. * Mestre em Arte e Tecnologia, Especialista em Linguagem Artística, Doutoranda em