paulo freire pedagogia da autonomia
Os professores devem lutar para que seus direitos sejam defendidos, para que não possam cair no discurso acomodado do "Não há o que fazer". Em conseqüência do desprezo a que é relegada a prática pedagógica, o professor não pode desgostar do que faz, pois quando não se gosta do que faz não se faz algo bem feito, ainda mais quando se fala de educar. Necessito cultivar a humildade e a tolerância, afim de manter meu respeito de professor ao educando. É na competência de profissionais idôneos que se organiza politicamente a maior força dos educadores. É preciso priorizar o empenho de formação permanente dos quadros do magistério como tarefa altamente política, e repensar a eficácia das greves.
2.6 - Ensinar exige apreensão da realidade
Para que eu possa tornar-me mais seguro em meu desempenho é preciso conhecer as diferentes dimensões da prática educativa. O homem é um ser consciente que usa sua capacidade de aprender não apenas para se adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade.
A memorização mecânica não quer dizer que o conteúdo foi realmente aprendido. Somos os únicos seres que social e historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Para nós, aprender é aventura criadora, é construir, reconstruir, constatar para mudar, e isto não se faz sem abertura ao risco.
O papel fundamental do professor progressista é contribuir positivamente para que o educando seja artífice de sua formação, e ajudá-lo nesse empenho. Deve estar atento à difícil passagem da heteronomia para a autonomia para não perturbar a busca e investigações dos educandos.
2.7 - Ensinar exige alegria e esperança Esperança de que professor e alunos juntos podem aprender, ensinar, inquietar-se, produzir e também resistir aos obstáculos à alegria. O homem é um ser naturalmente esperançoso. A esperança crítica é indispensável à experiência histórica que só acontece onde há problematização do futuro.