Paulo Freire Pedagogia da autonomia
Na minha opinião, é um livro difícil de se ler. O gostar ou não, entender ou não atribui-se extremamente à maturidade e vivência de quem o faz. Enquanto, por exemplo, o subcapítulo "2.7 - Ensinar exige alegria e esperança" pode ser interpretado de uma determinada forma por um educador em formação, ainda em estágio inicial de sua graduação e de outra completamente diferente por um educador que já está há alguns anos enfrentando as dificuldades sociais e econômicas que a profissão impõe. Pedagogia da Autonomia é, antes de tudo, um livro que foi escrito sobre algo com algum objetivo, como a maioria dos livros de fato é, porém além disso, traz também novos conceitos, novas propostas, traz uma ideia de algo que deve ser mudado.
Durante minha leitura, não pude deixar de pensar inúmeras vezes que Pedagogia da Autonomia se tratava de um livro de auto ajuda para a pedagogia, onde se lê conselhos (que alguns serão seguidos e outros ignorados, dependendo da vontade de seu leitor), inovações e ideias de mudanças para melhor. De forma alguma menosprezo o livro por me passar essa sensação, muito menos o conceito inteiro de auto ajuda, muito pelo contrário. Um livro escrito dessa forma nos propõe uma mudança que depende, em maioria, de nós mesmos e é exatamente essa ideia que me passa o livro de Paulo Freire: seguindo certos conselhos, começando a mudança por si mesmo e mais tarde modificando todo um sistema em que não se despejará conteúdo acima de conteúdo (muitas vezes inútil), o