Patrimônio urbano
Quando associamos patrimônio histórico cultural a memória social e projeto social, sugere-se que o mesmo participa desta relação na construção das soluções dos problemas com os quais se confrontam uma sociedade. A área urbana de valores patrimoniais com a construção da memória social tem algumas implicações na relação para o desenvolvimento de uma formação de cidadania. Quando a sociedade atual traz em suas estruturas sociais o que lhe antecedeu, significa que são potencialmente suportes da memória desta sociedade. A memória coletiva é socialmente construída e a preservação do patrimônio cultural é a representação de um conjunto cultural de ações do poder público que acaba contribuindo na construção da memória e do esquecimento social.
Para podermos compreender a questão acima, é preciso entender que a memória e o esquecimento social são construídos com a memória que se dá a partir da ação dos atores políticos. Todo o processo de construção da memória da coletividade resulta do processo de conflito social e, também, de disputa por hegemonia política. Quando o patrimônio cultural é construído pode ser pensado enquanto base da memória social, pois os edifícios e as áreas urbanas de valor patrimonial podem se tornar um ponto de apoio na construção da memória social, como um estímulo que ajuda a reativar e a reviver alguns traços da memória coletiva na formação daquele lugar.
A memória social, diferente da memória individual, se constrói ao longo de várias gerações de indivíduos que se relacionam determinadamente por estruturas sociais. A construção da memória social se dá na referência ao que não foi presenciado. Trata-se de uma memória que representa processos e estruturas sociais que já se transformam. A memória social é uma transferência de gerações, e os suportes da memória contribuem para o transporte da memória social de uma geração a outra.