Passado/presente - le goff
“Com a observação feita por Gramsci, permite avaliar em que medida a relação com o passado, a que Hegel chamava o “fardo da história”, é mais pesada para alguns povos que para outros”; (pág.208)
“A distinção passado/presente que aqui nos ocupa é a que existe na consciência coletiva, em especial na consciência social histórica.Mas torna-se necessário (...) evocar o par passado/presente sob otras perspectivas, que ultrapassam as da memória coletiva e da história.” (...)”A realidade da percepção e divisão do tempo não se limita em função de um antes e um depois: devemos acrescentar-lhe uma terceira dimensão, o futuro (Santo Agostinho). (pág.209)
O que esta dicotomia significa nos domínios da psicologia infantil e da lingüística:
A oposição presente/passado em psicologia
De acordo com Piaget, para a criança, “compreender o tempo é libertar-se do presente (...) não só antecipar o futuro, em função de regularidades (...)” mas também, “desenvolver uma sucessão de estádios.”
Já compreender o tempo, “é essencialmente dar provas de reversibilidade”.”Nas sociedades, a distinção do presente e do passado (e do futuro) implica essa escalada na memória e essa libertação do presente que pressupõem a educação e, para, além disso, a instituição de uma memória coletiva, a par da memória individual.”(...)”O comportamento “normal” é um equilíbrio entre a consciência do passado, do presente e do futuro, com algum predomínio da polarização para o futuro, temido ou desejado.”(...)”Em alguns doentes, a angústia em face do tempo assume a forma de uma fuga para o futuro, ou de um refúgio no passado”. (pág.210-211)
Passado/Presente à luz da Linguística
Esse par representa papel importante sobretudo “ nos verbos e, por outro lado, no fato de a língua ser um fenômeno duplamente originado na história coletiva, evoluindo e