PARTIDO COMUNISTA
As origens do PCBR remontam aos primeiros tempos após 1964, quando seu principal dirigente, Mário Alves, jornalista e intelectual de forte prestígio na Executiva do PCB, começou a se opor às posições de Luís Carlos Prestes no Comitê Central, formando a chamada Corrente Revolucionária, com força no Rio e no Nordeste. Após ser ter suas propostas derrotadas no VI Congresso do PCB (em parte graças a manobras burocráticas da direção do partido, que impediu a participação dos principais delegados da Corrente Revolucionária), iniciou-se o debate para a constituição formal do PCBR, que se deu em abril de 1968, no Rio de Janeiro. Neste meio tempo, Manoel Jover Telles abandonou o partido e ingressou no PCdoB, o que levantou a suspeita de que já estivesse vinculado a esta organização desde a constituição da Corrente Revolucionária.
A proposta geral do PCBR consistia na constituição de um novo partido marxista que reformulasse a linha tradicional do PCB a respeito da necessidade da aliança com a burguesia brasileira, sem no entanto abraçar a bandeira da Revolução Socialista imediata. Quanto à estratégia, a peculiaridade do PCBR consistia na sua defesa de uma combinação entre guerrilha rural e trabalho de massas nas cidades, com vistas a formação de um "Governo Popular Revolucionário". Este governo cumpria tarefas democráticas e antiimperialistas, que abririam caminho para a Revolução Socialista, numa formulação que, paradoxalmente, aproxima-se da fórmula trotskista da "Revolução Permanente".
Desde abril de 1969, o PCBR se ocupou com operações armadas urbanas, essencialmente voltadas para a propaganda revolucionária. O acirramento da repressão no segundo semestre daquele ano obrigou o partido a reforçar sua clandestinidade e lançar operações mais ousadas. No primeiro assalto a banco feito pelo