paranóia critica salvador dali
Dalí liga-se aos surrealistas em 1929, porém, em 1922 já tivera lido “ A intrepretação dos Sonhos” de Freud e, pelo menos desde 1926, a sua pintura incorpora materiais fantasiosos e inconsciente. Assim ele impressiona imediatamente os surrealistas franceses aprofundando de forma anormal as buscas do grupo. Dalí propões objetivar e sistematizar o delírio, mantendo assim o valor do sono em vigia. Em 1930, Dalí define o método paranóico-crítico com “ um método espontâneo de conhecimento irracional baseado na associação crítica intrepretativa de fenómenos delirantes”. Concebe a paranóia como “ orgulhosa exaltação de mim mesmo”. Isto traduz-se no rigor das suas técnicas pictóricas- precisão do desenho, ortogonalidade do espaço- combinado com o delírio dos temas.
Na personagem violenta criada por Dalí, há que saber encontrar um artista de brilhante inteligência e grande cultura que sempre concebeu a sua pintura como modo de conhecimento. Tinha grande interesse pela ciência, tendo sido o único surrealista capaz de impressionar Freud que conheceu pessoalmente em Londres em 1932.
As imagens de Dalí resultam de um paradoxo, pondo em evidência o inquietante através da contradição, daí o seu gosto pelas imagens duplas ou invisíveis, ou seja aquelas que podem ler-se de maneira distinta, dependendo do modo como são vistas . A raíz dos seus símbolos está na sua própria vida: as paisagens rochosas de Cadaqués e cabo de Creus, a planície de Ampurdan, uma infância marcada pela morte prematura da sua mãe, o seu culto idolátrico a Gala.
Os arredores
1935
dacidade
Paranóico-Crítica
Capa da revista Time,
Dezembro de 1936
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