Paradigmas de Kuhn
Segundo Kuhn, toda a ciência suficientemente amadurecida é explicada através de paradigmas. Estes paradigmas são estruturas teóricas que procuram unificar e sistematizar todos os aspectos de uma disciplina. Estes paradigmas vão, assim, unir toda uma comunidade científica em torno dos mesmos princípios fundamentais.
Estes paradigmas são compostos por princípios teóricos fundamentais, ou seja, por leis ou teorias em torno das quais toda a ciência é feita; por regras de aplicação à realidade, ou seja, explica o comportamento de corpos à luz de uma determinada ciência no dia-a-dia; por regras de utilização de instrumentos científicos, ou seja, explica como usar instrumentos, linguagem e conceitos quando se faz ciência; e por princípios metafísicos e filosóficos que acompanham as leis ou teorias do paradigma.
Segundo Kuhn, as revoluções científicas são raras, mas quando acontecem, vão mudar toda a ciência de uma disciplina e toda a aplicação que esta tem. Kuhn defende que esta mudança de paradigmas é holística, ou seja, quando acontece muda tudo sobre um determinado paradigma: não só os pressupostos teóricos fundamentais, mas também toda a aplicação das teorias do paradigma à realidade, à utilização de instrumentos e mesmo de princípios filosóficos. Deste modo, é criada uma divisão tão grande e tão abrupta que Kuhn diz mesmo que se assemelha a uma mudança de mundo numa comunidade científica. Logo, Kuhn defende que não podemos dizer que um paradigma é melhor do que outro. Kunh acredita assim que diferentes paradigmas são incomensuráveis, ou seja, não podem ser comparados. Segundo Kuhn, nem podemos afirmar que o novo paradigma se encontra mais próximo da verdade. De acordo com este, só existe uma aproximação à verdade quando é aplicada a ciencia normal, onde o poder explicativo de um paradigma é aumentado. No entanto, com a mudança holística de paradigmas, todo esse progresso é também eliminado.
À quem possa afirmar que os paradigmas não são