Paradigmas da Ciência
Não houve nenhum período desde a antiguidade mais remota até aos fins do século XVII em que existisse uma opinião única, generalizada e aceite sobre a natureza da luz. Em vez disso, havia numerosas escolas (…) competidoras e todas realçavam como observações paradigmáticas, o conjunto particular de fenómenos ópticos que lhes podia explicar a sua teoriai, ou seja, o período que antecede a adopção de um paradigma é um período do género do acima descrito, caracterizado pelo desacordo constante e pela discussão de fundamentos. Em casos como este existem quase tantas teorias como cientistas e penso que é por aqui que poderei começar contrapondo este tipo de períodos designados por Kuhn de "pré-ciência" a períodos de ciência madura que, de acordo com o mesmo, são governados por um só paradigma. Mas o que é então um paradigma? Nas próprias palavras de Kuhn um paradigma é o que os membros de uma comunidade científica compartilham e, reciprocamente, uma comunidade científica consiste em homens que compartilham um paradigma.ii E o que compartilham esses homens? Um conjunto de suposições teóricas gerais, leis e técnicas para a aplicação dessas leis. É então o paradigma que coordena e dirige a actividade de grupos de cientistas que nele trabalham. Para além de leis estabelecidas, suposições teóricas e formas de aplicar essas leis, o paradigma inclui igualmente os instrumentos necessários para que as leis do paradigma suportem o mundo real. Por exemplo, a aplicação do paradigma newtoniano à astronomia, implicou a utilização de todo um conjunto de telescópios, juntamente com técnicas que permitam corrigir os dados recolhidos com a ajuda daqueles.
O paradigma comporta ainda, como sumariamente referi na introdução, elementos de ordem metafísica que gerem o próprio trabalho dentro do paradigma, e metodológico-científica. Como exemplo de um elemento metafísico, posso referir um certo tipo de suposição que governou o paradigma newtoniano no século