SÍNTESE ANALÍTICA COMPARATIVA DO PARADIGMA TRADICIONAL DE CIÊNCIA E O PARADIGMA EMERGENTE
CURSO DE DIREITO
METODOLOGIA DA PESQUISA EM DIREITO
D.R.M.
SÍNTESE ANALÍTICA COMPARATIVA DO PARADIGMA TRADICIONAL DE CIÊNCIA E O PARADIGMA EMERGENTE
Rio Branco - Acre, 20 de Novembro de 2013.
1. Introdução
Na obra “Um discurso sobre as ciências”, o autor Boaventura de Souza Santos faz uma reflexão a respeito do modelo que orienta a ciência moderna desde a revolução científica até o século XX, quando aquele estaria dando sinais de que adentra uma crise. Com a crise do paradigma dominante, é aberto espaço para a construção de um paradigma emergente, o qual o autor delineia, contudo sempre alertando o fazer com base em especulações fundadas nos sintomas demonstrados pela própria crise do modelo atual, sem que, todavia, o emergente seja determinado em última instância por tais sintomas.
Será feito no tópico seguinte um estudo comparativo do conteúdo e características de ambos os paradigmas apresentados.
2. Análise comparativa entre os paradigmas tradicional e emergente da ciência
O modelo tradicional da ciência moderna tem início no século XVI, com a revolução científica, e é norteado pelas ciências naturais. As ciências sociais emergem apenas no século XIX, sem que, no entanto, tenham caráter independente na formação do conhecimento racional. Existe então uma dicotomia entre ciências naturais e ciências sociais, na qual as últimas são consideradas conhecimentos não científicos. Segundo Santos, trata-se de um modelo totalitário que nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que não se pautem por seus princípios e regras metodológicas. O senso comum e os estudos humanos, além de tudo aquilo que se baseia na experimentação imediata, fazem parte de um conhecimento vulgar, desconsiderados por serem ilusórios.
Eis o primeiro ponto de distinção entre ciência moderna e pós-moderna. Para a segunda, nenhuma forma de conhecimento é racional em si mesma, mas só a configuração