Para Gombrich N O Existe Arte
A arte em si sempre existiu, e não é algo que possa ser especificado por algum padrão de beleza. Existem inúmeras variáveis que constituem a harmonia de uma obra. Uma delas é, inclusive, o espectador, que está sempre disposto a julgá-las sem nem sempre utilizar do bom senso para analisar o que o artista está querendo ou não transmitir. Assim, Gombrich afirma que o gostar de uma obra está mais ligado ao subconsciente, e que são suas experiências que o farão sentir-se atraído ou não por ela. A beleza de um quadro não reside realmente na beleza de seu tema, e tentar entender o que o artista está tentando nos dizer é o que interessa.
Outro tema abordado nessa introdução é a arte como reprodução da realidade. Citando exemplos, Gombrich não nega que a reprodução fiel do mundo que se vê é de fato algo admirável, apenas diz que não devemos virar as costas para obras que não são ou contêm traços caricatos. Estas também são capazes de passar sentimentos muitas vezes até mais fortes do que própria representação do real. Como as pinturas das galinhas de Picasso. Aonde ele recorreu caricatura, nos diz mais sobre a “atitude e personalidade” da galinha do que a representação mais fiel ao lado dos pintinhos.
Assim, quando nos defrontarmos com essas falhas e distorções da realidade devemos sempre ter em mente se o artista não teria nenhuma razão para fazer aquilo. Gombrich está ciente que a quebra de padrões dentro na arte não é algo que seja facilmente aceito, e cita mais um exemplo. Um quadro de Géricault, onde os cavalos de corrida estão com as quatro patas suspensas no ar, algo que um pouco mais tarde seria desmentindo com a invenção da câmera fotográfica, que foi capaz do registro fiel e mostrou que, na realidade o que foi pintado seria algo impossível de acontecer. Ainda assim, por um longo período as pessoas tiveram dificuldade a aceitar tal fiel posição em relação ao quadrúpede quando pintados em uma obra.
Leonardo de