Papel do indio
A resposta é tão simples quanto contraditoriamente extensa em seu significado. Quando se fala de um povo indígena, a associação imediata que se faz é a figura de um indivíduo com o corpo tingido por tintas em padrões de pintura de sua própria cultura; esta que é vivida e repassada dentro de uma tribo onde não há meio de comunicação com a população urbana. Daí a ideia de que, por viverem em aldeias à beira-mar ou dentro de reservas florestais, portanto, matas, os índios são puramente selvagens que sobrevivem numa cultura subdesenvolvida e particular dentro de sua própria ordem. Não há conexão com o mundo de fora, a situação urbana e as leis que regem o sistema democrático do país, logo, tais indígenas não são vistos ou considerados como integrantes ativos da população cívica.
Numa posição nada favorável, a mídia apenas ajuda a semear a ideia de que o índio é selvagem e, portanto, não merecedor das terras. A questão que se tem é: Se eles não trabalham, para quê precisam dos hectares que possuem? No lugar de continuarem sua estadia ali, por que não ceder a terra para que esta seja usada pelos latifundiários que, então, teriam maior proveito da terra?
Partindo de uma análise unilateral da situação, as reportagens sobre situações de demarcação mostram, portanto, que a violência das tribos em sua resistência é pura animosidade inata de seus comportamentos. Não são seres civilizados, logo, não se comportam como tais e atacam os senhores que, através de papeis, compraram terras as quais sequer ocupavam em primeiro lugar. Quase passando a