PAPEIS E LIDERANCAS
PAPÉIS: CONCEITUAÇÃO GERAL
• Segundo a origem semântica da palavra, o papel é algo já definido e fixo, intimamente vinculado à letra, à escrita, às leis e normas. Como tal, possui elementos coletivos e individuais que o caracterizam e o diferenciam.
O termo inglês role (papel), origina-se de uma antiga palavra francesa que penetrou no francês e inglês medieval, derivada do latim rotula. Na Grécia e também na Roma
Antiga, as diversas partes da representação teatral eram escritas em “rolos” e lidas pelos pontos aos atores que procuravam decorar seus respectivos “papéis”; esta fixação da palavra role parece ter-se perdido no decorrer da Idade Média. Só nos séculos XVI e XVII, com o surgimento do teatro moderno, é que as partes dos personagens teatrais foram lidas em “rolos” ou fascículos de papel. Desta maneira, cada parte cênica passou a ser designada como um papel ou role.
Assim, originariamente, o papel não é um conceito sociológico ou psicológico; ele entrou no vocabulário científico através do teatro e é Moreno (o criador do
Psicodrama) quem reclama para si a autoria dessa transposição. Segundo ele, foi na década de 20 (período em que iniciou a construção teórica do Psicodrama, do
Sociodrama e da Sociometria) que as expressões “papéis” , “contrapapéis” , “conserva de papéis”, “desempenho de papéis”, “expectativa de papel” , “representação de papéis”, “adoção de papéis”, “internalização de papéis” ,etc. ; começam a serem amplamente usadas pelos sociólogos americanos, especialmente por Talcott Parsons.
• Parsons define papel como o setor organizado de orientação de um ator que constitui e define sua participação num processo de interação. Compreende um conjunto de expectativas complementares que estão relacionadas às suas próprias ações e às dos outros que com eles interagem. Daí que o papel está intimamente relacionado com o Status, pois é considerado como o desempenho de determinados direitos e obrigações