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Caio Márcio Coriolano (Ralph Fiennes) é um general romano, herói de guerra que salvou a cidade do ataque de Tullus Aufidius (Gerard Butler), líder dos volscos. Coriolano é honesto, temido e antissocial. Luta pela pátria, porém, despreza o povo. Aceita concorrer ao cargo de Cônsul para atender um pedido de Volúmnia, sua mãe. Durante a campanha, entretanto, seus adversários fazem o povo se voltar contra ele, que é forçado a se exilar.
Qualquer semelhança com eleições…
Reproduzo trechos da peça, notáveis pela pertinência com que revela a natureza das tramas políticas. Notem como os argumentos de Volúmnia se assemelham aos conselhos de marqueteiros. Vejam como Coriolano não consegue fingir só para parecer agradável aos eleitores (Dilma, por exemplo, chegou e negar que seja contra o aborto, conforme havia declarado meses antes). Destaco algumas passagens em azul.
CENA II
Volúmnia — Porque importa muito falardes hoje para o povo, não segundo a experiência vos ditar, nem como o coração vos aconselha, mas com palavras que só tenham curso superficial na língua, pensamentos bastardos e fraseado sem nenhuma relação com a lealdade do imo peito. (…) Sim, meu filho, dirige-te para eles com teu gorro na mão, assim, levando-o bem à frente, e deixa que teu joelho beije a terra, porque nesses assuntos a eloquência melhor é o gesto; muito mais instruído é o olho do ignorante do que o ouvido.
Palavras e atos
Coriolano esperava que seus atos de bravura falassem por si. No entanto, ao debater com adversários, ele se exalta e destrata o povo. Acaba, por isso, banido da cidade. Tomado de ira, ele desabafa na passagem a seguir.
CENA III
Coriolano – Vil matilha de