PAMPULHA
Foi a partir da construção da lagoa artificial e do conjunto arquitetônico de BH que Niemeyer, morto nesta quarta-feira (5/12), ganhou importância nacional. Sob encomenda de JK, a Pampulha já mostrava as características que ganhariam fama mundial com Brasília. Escritório do arquiteto também projetava a primeira catedral da capital mineira (desenho à esquerda)
Heberth Xavier _ Minas 247 - Da Pampulha para o mundo. Oscar Niemeyer, que morreu na noite desta quarta-feira (5/12), tem motivos para ser grato a Belo Horizonte. Na capital mineira, o mais famoso arquiteto brasileiro da história, construiu aquele que seria seu cartão de visitas. Mas, acima disso, é BH quem se rende a Niemeyer; de um então enorme campo que depois se tornaria o cartão postal da cidade, os mineiros receberam do arquiteto maior muito mais do que a Pampulha: ali, a partir do fim dos anos 1940, a capital planejada criada naquele início de século 20, ganharia enfim identidade, cara, alma. Belo Horizonte cresceu com a Pampulha; e Niemeyer sairia daqui para ganhar o mundo.
“A Pampulha foi o início de Brasília”. Assim resumiu próprio Oscar Niemeyer a sua importante obra na zona norte de Belo Horizonte. As coincidências, de fato, eram grandes. Em primeiro lugar, pela grandiosidade do projeto. O conjunto arquitetônico construído ao redor de uma lagoa artificial contava, já desde o início, com opções de lazer como o Jardim Zoológico, um parque, uma igreja, um cassino, um iate clube. As curvas características da obra do nosso arquiteto maior conviviam com os jardins de Burle Marx, pinturas de Cândido Portinari, azulejos de Paulo Werneck e esculturas de Ceschiatti, entre outros. Depois, a Pampulha abrigaria também o Mineirinho e o Mineirão.
Além disso, a Pampulha foi uma encomenda direta do então prefeito de BH, Juscelino Kubitschek, no início dos anos 1940. Se Brasília, inegavelmente, foi o projeto que deu à arquitetura moderna brasileira uma projeção internacional, a Pampulha foi o cartão de