Palacio monroe
com uma estrutura
desmontável, a obra foi erguida e exposta em Saint-Louis, como previsto. Sua beleza logo conquistou a imprensa norte-americana, que destacou sua harmonia de linhas e qualidade do espaço. Tanto chamou a atenção no evento, que acabou premiada com a medalha de outro no Grande Prêmio de Arquitetura, o maior do gênero naquela época. Foi o primeiro reconhecimento internacional de uma obra arquitetônica brasileira. Os prêmios e elogios conferiam orgulho a então capital do Brasil, que naquele início de século esforçava-se para mudar sua imagem de capital suja, caótica, violenta e desordenada, até então predominante no imaginário internacional. Com a ajuda do prefeito da cidade Pereira Passos, o então presidente (1902-1906) do Brasil, Rodrigues Alves, estava empenhado no projeto de modernização da capital, o que incluiria sua urbanização e higienização completa. Becos foram demolidos, ruas alargadas e prédios levantados. Tudo isso fazia parte da montagem do imaginário da República brasileira. De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho, “a elaboração de um imaginário é parte integrante da legitimação de qualquer regime político. É por meio do imaginário que se podem atingir não só a cabeça, mas de modo especial, o coração, isto é, as aspirações, os medos e as