PAIXAO NO BANCO DOS REUS
Extraído do Livro A PAIXÃO NO BANCO DOS RÉUS, da autora Luiza Nagib Eluf.
O trabalho relata um caso da vida real entre Zulmira Galvão Bueno e Stélio Galvão Bueno, uma vida de paixões, desconfiança e traições, numa época em que a mulher não tomava suas próprias decisões, ou seja, não tinha voz perante a sociedade, fato que levou Zulmira Galvão Bueno a cometer crime passional, alvejando a tiros o marido Stélio Galvão Bueno, embora não seja o alegado pela defesa.
O objetivo deste trabalho é analisar a evolução da punibilidade do crime passional devido ao progresso sócio-cultural ocorrido através dos tempos, já que o crime passional é um delito que sempre existiu na história da humanidade analisado de acordo com os padrões sociais de cada época.
No tocante há de se dizer que os crimes passionais são motivados por fatores de diversas naturezas tais como sociais, psicológicos (traição, rejeição, posse, vingança),familiares, culturais, etc. Embora o amor ou a paixão não deva ser usada para desculpar o assinato, mas para explicá-lo, juridicamente o termo “passional” passou a ser usado nos crimes cometidos em razão de uma relação amorosa.
É partindo dessa premissa, que analisaremos o crime cometido em 1951 por Zulmira Galvão Bueno, trabalhando a parte teórica, legal e jurisdicional do crime passional.
TEORIA PARTE 2
A PAIXÃO E O CRIME PASSIONAL
Os crimes passionais reproduzem a história da humanidade, já que determinas pessoas em algum momento são vítimas de uma ruptura que conduzidos pela paixão cometem algum tipo de violência. A violência pode ser entendida de forma segmentada, visto que há vários tipos, seja na esfera sentimental ou sociocultural.
Quando se fala em amor, há que se falar também em ódio. Freud deixa muito claro ao dizer que “amor e ódio caminham juntos”. Dessa forma, não há que se falar que matar por amor, mas sim por ódio. O amor transforma-se em ódio e demanda em qualquer