Favelas Brasileiras

REALIDADE NAS FAVELAS BRASILEIRAS

Roubar, matar, traficar. A realidade de uma favela vista de fora pode ser má interpretada apenas pelo aspecto dessas palavras. A pergunta é, qual é o futuro desses moradores? A resposta pode ser tão simples. Entender essa obscura realidade exige um olhar antropológico, uma pesquisa de campo. Alba Zaluar, em seu livro “O Condomínio do Diabo”, propõe-se analisar “o impacto da criminalidade” nas favelas e “como os moradores percebem a criminalidade, o bandidismo, a violência” no seu âmbito social. De certa forma, o filme Noticias de uma guerra particular elaborado por João Moreira Salles e Kátia Lund, também enfatiza esse tema. Em sua pesquisa, Zaluar procura entender a relação entre a polícia e a população local por meio de depoimentos dos próprios moradores. Ela afirma que existe um sentimento de “medo e hostilidade disfarçado”, não se tem confiança e, em um dos depoimentos que ouviu, enfatiza-se a frase: “Quem faz o bandido é a polícia”. Para esse tema, o documentário de Sales abrange os dois lados da suposta “guerra”: o da policia e o do bandido. Enquanto um traficante afirma para o repórter que não teve a “oportunidade” de matar um policial, o policial reclama não ver “a luz no fim o túnel”. Essa relação entre traficantes e policiais não cessa. O respeito que os moradores das favelas têm pelo “bandido formado” não deriva só do ódio que sentem pelas “batidas” policiais ameaçadoras. O respeito é gerado pelas ajudas que pode ser tanto do bandido para o morador, quanto o contrario. No filme, um dos moradores afirma que, antes, a policia entrava na favela com violência, agora, com bandidos e moradores armados, tem-se mais respeito. Alba Zaluar comenta sobre o fato, analisando a consequência das “batidas” policiais: “o aumento da criminalidade”. Existem movimentos sociais para supostamente proteger os moradores das favelas. O movimento “Comando Vermelho”, retratado no filme, oferece a comunidade a oportunidade de “fazer