Pais, os primeiros mestres – a importância da família na educação infantil.
A primeira forma de educação que a criança recebe é a doméstica, proveniente dos pais, espelho e referência na tenra idade. Portanto, o comportamento na primeira infância vai refletir as atitudes da família. Uma família desestruturada por brigas constantes, pela droga ou o abuso do álcool, sem dúvida, será responsável pelas primeiras manifestações da criança no âmbito das relações inter-sociais e no campo dos primeiros passos da socialização. Um menino ou menina de comportamento tímido e retraído, com dificuldade na aprendizagem e no relacionamento com os colegas, pode indicar problemas originados em casa.
Daí a importância da boa educação doméstica para o desenvolvimento cognitivo da criança, antes mesmo do início da vida escolar. É com os pais que as crianças aprendem a manusear os objetos, a comerem sozinhos, escovar os dentes e fazer corretamente as necessidades fisiológicas. Também são os pais e o diálogo em casa os responsáveis pela articulação das primeiras palavras e a correção, subseqüente, da maneira de falar, com o domínio da coerência e da coesão, um processo de aprendizagem, lento, gradual e constante.
Os pais são os primeiros e mais importantes parceiros da escola. Por isso mesmo convém repetir uma sabia definição da didática voltada para a infância: “A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as nossas crianças pequenas” (Carraro, 2006).
De fato, se as primeiras habilidades são apreendidas em casa, os pais são uma espécie de professores naturais, se assim podemos definir, legitimados pelo respeito dos filhos. Assim sendo, a escola tem a obrigação de não só valorizar a parceria com os pais (os primeiros mestres), como buscá-la e incentivá-la como um procedimento dialógico