Padre

INTRODUÇÃO

O que faz um acontecimento cotidiano se tornar uma notícia nas páginas dos jornais? Por que essa ou aquela situação ganhou destaque? Quais são os critérios utilizados na construção da informação? Tais perguntas, mesmo que subjetivamente, permeiam os pensamentos de boa parte dos leitores ao abrirem as páginas de um jornal. Pode-se dizer que a seleção das notícias tem por objetivo criar o impulso nas pessoas de adquirir um exemplar. Sendo assim, analisar os critérios que tornaram um acontecimento em notícia pode esclarecer os pressupostos, explícitos ou subjetivos, do veículo de comunicação. Os critérios nem sempre podem ser enquadrados em fórmulas estáticas, por se tratar de fatos do cotidiano. Embora existam diferentes especificidades em cada um deles, é possível traçar um perfil dos elementos que cercam a construção de uma notícia. Às vezes, há a presença de mais de um critério que leva a empresa responsável pelo jornal a categorizar o acontecimento como informação passível de estar em suas páginas. Esta pesquisa não se propõe a fazer julgamento de valores em relação aos critérios de noticiabilidade adotados, que certamente possuem perspectivas próprias para hierarquizar suas prioridades. O objetivo é, portanto, clarificar a existência de tais critérios e compará-los entre si, visando compreender o que faz de um mero acontecimento algo relevante para estar em um jornal e vendido ao público leitor. Como base para tal pesquisa, será utilizada a cobertura do conclave da Igreja Católica que elegeu, no mês de março, o cardeal Jorge Mario Bergoglio como Papa Francisco, realizada pela Folha de São Paulo. Lançando mão de comparações entre as notícias produzidas, a analise objetiva a desconstrução da informação sob a ótica de seus critérios de noticiabilidade. Atualmente a Igreja Católica, segundo dados do Vaticano, contabiliza mais de 1 bilhão de fiéis ao redor do mundo, com representação nos 5 continentes do globo. O Brasil, por sua vez, é o