PADRE JOSÉ MAURÍCIO NUNES GARCIA

História da Música II

Rio de Janeiro, RJ
Setembro/2013

PADRE JOSÉ MAURÍCIO NUNES GARCIA (1767-1880)
Nascido no Rio de Janeiro de onde jamais saiu, foi filho de português com uma escrava, perdeu o pai aos 5 anos. Desde muito novo manifestou invulgar inclinação para a música, mas, além do solfejo aprendido com o pardo de nome Salvador José, a sua educação nesta arte parece ter sido inteiramente a de um autodidata.
O Pe José Maurício surge na história brasileira como o músico mais importante do período colonial. Homem de grande cultura para sua origem - era mulato e pobre - foi um dos fundadores da Irmandade de Santa Cecília no Rio, professor de muitos alunos, Pregador Régio e Mestre da Capela Real da Sé durante a estada de Dom João VI no Brasil.
Quando o Príncipe Regente D. João chegou ao Rio de Janeiro, em 1808, transferindo sua corte para o Brasil, a cidade o recebeu com inúmeras comemorações. A sede da Catedral estava na Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens de Cor, na rua da Vala (hoje rua Uruguaiana). Foi celebrado nesta igreja um ofício religioso em regozijo pela chegada da Família Real e este foi o primeiro momento que D. João teve contato com o Padre José Maurício Nunes Garcia, então mestre-de-capela da Sé. A admiração do monarca pelo padre músico foi imediata. Uma das primeiras providências de D. João foi transferir a catedral para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo que ficava do lado do Paço Real e que tinha ligação com a Igreja por um passadiço suspenso. A Igreja de Nossa Senhora do Carmo foi a Catedral do Rio de Janeiro até 1976. Para frequentar a Igreja, o Príncipe Regente não precisava sair à rua, passando diretamente de sua residência para o Convento das Carmelitas que, na época, era ligado à Igreja. Após esta providência, D. João confirmou José Maurício como Mestre-de-Capela da nova Sé e da Capela Real que funcionaria no mesmo local. José Maurício tinha