PACTO ABC
O ambiente para a criação de tal acordo começa a surgir ainda na longa gestão do Barão do Rio Branco como titular da pasta das Relações Exteriores do governo brasileiro. É creditado a ele o início de um entendimento mais profundo entre o Brasil e os países do cone sul ao fim do século XIX. As relações com a Argentina, estavam entrecortadas pela rivalidade entre o representante brasileiro, o Barão, e o argentino Estanislao Zeballos. Acreditava Zeballos que Rio Branco tramava em segredo com os Estados Unidos uma articulação política que visava alijar a Argentina do cenário político regional. Com o fim da gestão Zeballos, seus sucessores optam por uma via de cooperação com seus vizinhos, iniciando-se assim as articulações para a construção do Pacto ABC.
Ocorreram pressões internas e externas, discordâncias entre as opiniões públicas dos três países, mas enfim alcançou-se um ponto comum de concordância. O Brasil, no entanto, logo retomaria uma política de estreita colaboração com os Estados Unidos, devido aos óbvios interesses econômicos envolvidos (os Estados Unidos eram os maiores consumidores do café brasileiro à época), posição tornada evidente com o início da Primeira Guerra Mundial.
INTERESSES DO BRASIL
O objetivo oficial do pacto era a manutenção da paz no Cone Sul da América. No entanto, trabalhamos com a hipótese de que a diplomacia brasileira pretendia isolar a Argentina no concerto das nações sul-americanas e impedir que continuasse a exercer influência sobre os demais países da região. Era necessário impedir que conquistasse a supremacia na América do sul, para, posteriormente, o Brasil conquistá-la.