Os tres tipos puros de dominação
Max Weber definiu 3 tipos de dominação legítimas, que se aplicam às mais variadas realidades. São elas: a carismática, a tradicional e a legal.
A dominação carismática está baseada no carisma pessoal do dominador, em seus dotes muitas vezes sobrenaturais, seu heroísmo, poder intelectual e de oratória. Trata-se de uma dominação que provoca no dominado uma devoção pessoal, um arrebatamento emotivo. A dominação carismática é colocada com certa antipatia por Weber, que a define como perigosa, na medida em que causa uma obediência cega e irracional por parte dos dominados, dando ao dominador um exagerado poder de manipulação. Apesar disso, pesa sobre a dominação carismática o fato de ela ser a mais instável das três, pois nem todo indivíduo permanece irracional para sempre, de forma que alguns acabam se revoltando contra o dominador. Em âmbito restrito, podemos citar como exemplo da dominação carismática as igrejas. Em âmbito amplo, podemos citar os Estados teocráticos centralizados em chefes espirituais, comuns na Ásia. Outro exemplo são os políticos, que exercem dominação sobre o eleitorado baseados no carisma, e tão somente nele.
A dominação tradicional é aquela baseada no respeito, na moral, na cultura, na tradição. É a dominação patriarcal, onde o líder é respeitado por seu status, mais do que por seus valores. Trata-se de um respeito baseado nos costumes. Weber coloca esse tipo de dominação como o mais antigo, estando presente desde os primórdios. A obediência por respeito também se torna perigosa, ao passo que o dominador impõe suas próprias ideias, de forma arbitrária. Apesar disso, é uma dominação estável devido à solidez do meio social e às relações de dependência. Como exemplo restrito, podemos citar as relações familiares, onde o pai é o patriarca e exerce uma dominação sobre a família. A