Os sertões
Euclides cita os estudos do relevo, o solo, a fauna, a flora e o clima da região nordestina. Ele revelou que nada supera a principal calamidade do sertão: a seca. Registrou, ainda, que as grandes secas do Nordeste brasileiro obedecem a um ciclo de nove a doze anos, desde o século XVIII, numa ordem cabalística. Com isso pretende se configurar o sertanejo como uma pessoa forte, alguém forjado nas adversidades, marcada por uma longa convivência com as tragédias naturais, apto a resistir às oscilações do clima, da falta de água, da paisagem agreste. Ao descrever o meio sertanejo, Euclides acentua o aspecto de uma paisagem torturada, obrigada a viver violentos contrastes: “A natureza compraz-se em um jogo de antíteses entre os verões queimo os e os invernos torrenciais. É uma paragem impressionadora. As condições estruturais da terra lá se vincularam à violência máxima dos agentes exteriores para o desenho de relevos estupendos. O regime torrencial dos climas excessivos, sobrevindo, de súbito, depois das instalações demoradas, e embatendo naqueles pendores, expôs a muito, arrebatando-lhes para longe todos os elementos degradados, as series mais antigas daqueles últimos rebentos das montanhas: todas as variedades cristalinas, e nos quartzitos ásperos, e nas filardes e calcários, revezando-se, repontando durante o cada passo, mal coberto por uma folha tolhida dispondo-se em cenários em que ressalta, predominantemente, o aspecto atormentado das paisagens.
O Homem
O determinismo julgava que o homem é produto do meio, da raça e do momento histórico. O autor faz uma análise da psicologia do sertanejo e de seus costumes. O principio orientador de tais concepções é o de que a historia se faz pelo domínio dos mais fortes sobre os mais fracos. E isso é dizer que existe superioridade de raça branca sobre as resultantes dos processos de miscigenação, de cruzamentos, de mestiçagem. A mistura