Os Românticos tinham razão
Desde o descobrimento, o choque cultural é muito presente na realidade brasileira. Apesar de sermos um povo miscigenado, muitos ainda possuem a visão civilizatória do século XV sobre os povos indígenas. O governo brasileiro, pregando os fundamentos positivistas de ordem e progresso para todos, contribuiu para a destruição de povos milenares.
O processo de interiorização impactou significativamente a realidade indígena. A construção da Transamazônica na década de 1970, por exemplo, levou à morte cerca de 8 mil índios, deixando evidente o progresso do país em detrimento da preservação ambiental e da cultura brasileira. Com as ações dos Irmãos Villas-Boas, a maior reserva indígena até então foi criada, entretanto, a extensa área do Parque Nacional do Xingu acolheu povos de diversas etnias, o que resultou na perda de identidade. Além disso, diversas reservas hoje sofrem com escassez de alimentos, pois a área demarcada é restrita e não garante a sobrevivência dos que a habitam.
Ressalta-se ainda que a falta de fiscalização das fronteiras florestais potencializa as dificuldades vividas pelos índios. A expansão da fronteira agrícola e avanços ilegais de madeireiras geram intensos impactos ambientais que, ao reduzir recursos naturais, agravam a situação desumana vivida pelos povos indígenas. O trabalho compulsório e o extermínio dos nativos, em prol do desenvolvimento econômico, são também efeitos da invasão de aldeias. Com o avanço das tecnologias, é possível a monitoração dos territórios de preservação, entretanto, falta investimento do governo para que possa ser implementada.
Assim, medidas indigenistas e de proteção ambiental devem ser tomadas com urgência para a preservação da cultura indígena. A demarcação de territórios, evitando qualquer tipo de contato e levando em consideração a disponibilidade de recursos, garante uma sobrevivência não só de um povo mas também de costumes milenares e essenciais para a cultura brasileira. Segundo