Os modos orais de comunicação e sua trajetória cultural.

A organização da fala é uma ação de exposição do indivíduo, ação esta, entretanto que se realiza sempre em função de uma interlocução, onde interagem um ou mais interlocutores, ocorrendo um envolvimento entre os participantes. Na fala o código é sonoro, na escrita, o código é visual. Isto determina diferenças bem acentuadas entre um e outro sistema de codificação. Por outro lado, a escrita tem a finalidade de registrar visualmente a sonoridade da fala. Por essa razão, podemos dizer que existe uma relação entre a língua falada e a língua escrita, entre a oralidade e a escrita, pois a escrita é a representação da falada, que se vale de um código regido por princípios próprios. Um aspecto importante do processo de aquisição da escrita, desde seu momento inicial, é o reconhecimento de que “a escrita é o desenho da fala”. Quando esse princípio é internalizado, o aluno tem a possibilidade de compreender as relações letra, fonema, sistematizando, desta forma, o aprendizado do código escrito. É necessário desenvolver no aluno a capacidade de se expressar oralmente em diferentes situações. Não se trata de “ensinar a falar corretamente”, mas sim de ensinar a expressar-se adequando a linguagem às diferentes situações de uso. Para expressar-se oralmente, é necessário ter autoconfiança, e isso se conquista com uma boa acolhida, pelo interlocutor, daquilo que o aluno sente ou pensa. Daí a importância de se garantir, antes de tudo, um espaço favorável, no qual as “falas” sejam respeitadas, assim como as diferenças e as diversidades. É preciso dar instrumentos para que o aluno possa enfrentar situações que exijam uma linguagem formal.

a) A estrutura do texto em níveis Segundo Fávero et al.(2005), a fala estrutura-se em dois níveis: Local e Global.
O local estabelece por meios de turnos. Um locutor está com a palavra e o outro age como ouvinte até que surja a oportunidade de ser o falante, podendo ocorrer intervenções.
O global estabelece uma condição para a