Os media na educação
Analisando o título “OS MEDIA DEIXAM-SE MANIPULAR?” e, sendo este tipo de frase interrogativo, a jornalista, Vera Cândida, que desde logo sabe a resposta à questão, lança uma pergunta retórica na tentativa de levar o leitor a reflectir sobre o tema, submetendo-o a uma introspecção que o faça chegar à resposta clara e evidente (conforme me fez chegar a mim): Sim, os media deixam-se manipular. Ao longo dos tempos os media têm vindo a organizar a sua forma de actuação sobre o público-alvo.
As técnicas são cada vez mais específicas e dotadas de estudos, recorrendo a técnicos altamente especializados, de forma a convencer, cada vez mais e melhor, o interlocutor a modificar as suas atitudes ou pensamentos para que aja de uma determinada forma. Sendo esses procedimentos tomados pelos media ficam manchados pela suspeita e conotados pejorativamente estando, desde logo, associados a um efeito manipulador. Segundo Philippe Breton (in “La parole manipulée”, Paris,
La Découverte, 1997) a manipulação obedece a 3 critérios. Designa uma acção violenta, não a nível físico mas sim psicológico ou cognitivo, em que restringe e priva os indivíduos da liberdade do raciocínio. Apoia-se numa estratégia cujo objectivo é fazer acreditar, enganando, pois o que realmente importa é conseguir a adesão do público a qualquer preço. Os media espanhóis, bem como o governo, não se inibiram de ocultar e “transformar” certos factos no caso do atentado de
Madrid a 11 de Março de 2004. O então chefe do governo, Aznar, foi acusado de manipular informações e de ocultar certas pistas (como as islâmicas: a descoberta de uma carrinha com detonadores e gravações de passagens do Corão). O procedimento manipulador entra à força na mente do outro, chocando com a resistência. O objectivo não é argumentar, trocar ideias, ou opiniões mas sim impô-las como quando a Ministra dos Negócios Estrangeiros de Espanha enviou a