Os marginalistas
A partir de 1870, o centro de preocupações de grande número de economistas desloca-se. Alguns autores chamam este deslocamento de revolução marginalista porque a ideia central que o preside é o chamado princípio marginal que apresentaremos ao longo destas páginas. A introdução da análise marginal – que valeu a esse movimento a denominação também amplamente divulgada de “Marginalismo” – mudou de modo significativo a orientação dos estudos econômicos: representou um instrumento, rapidamente difundido, de explicar a afetação de determinados recursos escassos entre os usos alternativos, com o objetivo de se chegar a resultados ótimos. O “homem econômico”, racional e calculador, estariam empenhados em equilibrar seus dispêndios marginais com seus ganhos marginais.
Entre as principais figuras do movimento marginalista estão William Stanley Jevons (1835-82), na Inglaterra, Carl Menger (1840-1921), na Áustria, e Léon Walras (1834-1910), na Suíça. Estes três autores publicaram suas principais obras no início da década de 1870, conforme a seguinte cronologia:
William S. Jevons. Theory of political economy (1871).
Carl Menger. Grundsätze der Volkswirstschaltslehre (1871), muito mais tarde traduzida para o inglês com o nome de Principles of economics.
Léon Walras. Éléments d'économie politique pure (1874).
Por esta época, Alfred Marshall (1842-1924) já ensinava os mesmos princípios em algumas instituições de ensino da Inglaterra e principalmente na universidade de Cambridge, onde, a partir de 1885, assume a cadeira de Economia Política. No entanto, Marshall só publicou seu grande tratado Principles of Economics em 1890, quase 20 anos após o aparecimento dos livros de Jevons e Menger e, por isso, não é citado como um dos fundadores do movimento marginalista. Mas não há dúvida de que ele já ensinava as ideias principais do marginalismo na década de 1870. Seu estilo perfeccionista e sua exigência de rigor científico impediram-no de lançar um livro