Os lusiadas - Resenha
Edição 03 – Ano 2 – 2013
O COTIDIANO NA NOUVELLE HISTOIRE:
UM CAMPO DE INVESTIGAÇÃO FÉRTIL DE “OUTRAS HISTÓRIAS”
PAULO RICARDO BONFIM1
RESUMO
O presente artigo tem como escopo apresentar sucintamente, como convém à brevidade deste trabalho, a História do Cotidiano – seus referenciais analíticos, potencialidades e desafios – no quadro mais amplo de emergência dos novos aportes teóricometodológicos na escrita da História, no vasto espectro daquilo que se convencionou chamar de Nouvelle Histoire. O artigo versa sobre a emergência dos novos referenciais teóricos, temas e objetos no contexto de revisão crítica do faire de l'histoire.
Advertimos, todavia, sobre o caráter introdutório desta análise, que visa ser útil a leitores iniciados ou não nos estudos históricos, assumindo, explicitamente, um estilo didático ao apresentar a História do Cotidiano em sua própria historicidade, como abordagem emergente na produção historiográfica vincada pelos novos referenciais analíticos. PALAVRAS CHAVES: História do Cotidiano. Nova História. Cotidiano e Poder.
A historiografia recente sobre o cotidiano situa-se no contexto de revisão crítica dos paradigmas tradicionais da escrita histórica, revelando novos sujeitos, antes negligenciados pela
historiografia
tradicional,
novas
experiências
sociais
e
interpenetrações entre as esferas do público e do privado, explorando, para tal, novas fontes e métodos para sua análise.
A obra Cotidiano e Poder: história, cidade e poder, da historiadora Maria
Izilda Matos (2002), insere-se nesse contexto de revisão dos paradigmas da escrita
1
Cientista Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e especialista em História,
Sociedade e Cultura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é mestrando em
Educação, na linha de pesquisa em História, Historiografia e Ideias Educacionais, junto ao Programa de
Pós-Graduação Stricto