Os limites entre o processo de composição de palavras por justaposição e aglutinação
Tamires Sabino Vasconcelos Oliveira
INTRODUÇÃO
Abordaremos no decorrer deste trabalho uma breve discussão sobre a formação de palavras a partir do recurso da composição através de duas ou mais palavras, e os limites existentes entre os estágios do processo de composição, que são eles: Justaposição e aglutinação. Debruçaremos-nos no equivoco cometido por parte de muitos gramáticos renomados, ao descrever os processos de justaposição e aglutinação como sendo duas formas diferentes de composição de palavras.
A partir de leituras realizadas em gramáticas tradicionais da língua portuguesa, constatamos que o processo de composição de palavras é, na maioria das vezes entendido como "divisível" entre duas formas de composições distintas. Seguindo a perspectiva teórica de CARONE vamos defender que o processo de composição de palavras é único, porém tem seus estágios.
Dessa forma, o presente estudo trás uma leitura crítica sobre os estágios de composição de palavras, contidos na maioria das gramáticas, e como estes são conceituados. Não queremos com as críticas registradas diminuir a relevância da gramática tradicional, pois esta é uma fonte rica para novos estudos no âmbito da linguagem.
DESENVOLVIMENTO
É comum na maioria das gramáticas, os autores adotarem a postura de dissociar o processo de composição das palavras em duas formas distintas. Percebemos esse fenômeno nas gramáticas de Bechara (2009), Cunha e Cintra (2001), Cereja e Magalhães (2003),Mesquita(1985),conforme poderemos observar a seguir.
MESQUITA (1985:78) define a composição como processo de estruturação de uma palavra pela reunião de outras já existentes. E que esta pode ocorrer de duas formas: * Por justaposição – quando se unem duas ou mais palavras sem modificar suas estruturas:
Amor-perfeito, passatempo, guarda-roupa, canário-da-terra
* Por aglutinação – quando se unem duas ou mais