Os exploradores de Cavernas - DEFESA
Por: José Guilherme C. Bellucci
Acredito que não podemos pura e simplesmente analisar o fato pelos frios e duros artigos da lei, temos sim que adequá-los ao caso e embasá-los nos autos jurídicos, contudo que isso seja feito de forma coesa e coerente. É fácil ludibriar as pessoas com argumentos previamente estabelecidos, muitas vezes até os mais nobres intelectuais são levados a acreditar nas palavras de um magistrado eloquente. Segundo a exposição distorcida de nossos colegas, assim sendo, para que a lei seja cumprida, seriam necessários mais quatro corpos estendidos naquela câmara escura. Temos a obrigação de distinguir a moralidade da legalidade, ou seja, para que haja nesse caso uma correta aplicação da lei temos que avaliar o contexto de forma moral.
Nossos espeólogos ficaram privados da luz por trinta e dois dias, o som que ecoava lá dentro mais parecia ecoar de dentro de uma cripta, o simples e suave toque do gotejar da água que corria por entre as pedras, após alguns dias enclausurados, pareciam marteladas dadas diretamente em seus crânios. A desnutrição agravava constantemente a situação, afetava não somente os corpos, mas também a alma dessas desafortunadas criaturas. Ali reclusos à má sorte, aos olhos da caverna, nossos aventureiros iam definhando naquele lugar. Depois de algum tempo nem sequer conseguiam distinguir o dia da noite, se não fosse pelo calor implacável, seguido do frio congelante que castigava-os durante o período noturno, a privação da luz solar transacionava seus corpos para uma forma mais precária, sem a produção de vitamina “D”, o organismo se torna fraco, o corpo já não transporta mais as enzimas necessárias para que os ossos continuassem sadios, os ferimentos não se recuperam com a mesma facilidade e adoecemos mais facilmente.
A fúria e a força do pesadelo aumentavam, na mesma intensidade em que o desespero envenenava a mente. Surgem os temores mais remotos do homem,