Os excluidos da História
De cara, instigante. Esse livro é na verdade uma seleção de textos de Michelle Perrot,doutora em história francesa,que dedicou sua vida acadêmica à pesquisas relacionadas ao mundo popular da França do século XIX,e como cita a Introdução "Deixando de lado mitos, representações ideológicas e posições partidárias,Michelle se mistura em suas pesquisas com as "bases",a massa dos obscuros desde sempre excluídos da história."
Pois bem, o livro é dividido em três partes: Na primeira, OPERÁRIOS, podemos notar amplas informações da vida do proletariado da primeira metade do século XIX, da vida das mulheres nas fábricas, da visão dos chefes vistos pelos operários - "opressores, déspotas e tiranos" ou "senhores barrigudos e pândegos", das lutas, da relação da família, enfim, da construção da classe operária francesa.
Na segunda parte, MULHERES, um tema ambíguo e atual, como a própria autora diz.Se não relatadas como "sedutoras, rainhas da noite, opostas à razão lúcida e traiçoeira", também são as mulheres que "puxam os fiozinhos dos bastidores, enquanto os pobres homens, como marionetes, mexem-se na cena pública".Os textos vêm a discutir a posição social da mulher, o poder, da rebeldia e questionamentos que originaram práticas feministas e sindicalistas, da dona de casa à assalariada.
E na ultima parte, PRISIONEIROS, apresenta reflexões quanto ao sistema penitenciário - "feita para punir, mas também para reintegrar os delinqüentes à sociedade, "corrigir os costumes dos detentos, a fim de que seu retorno à liberdade não seja uma desgraça nem para a sociedade, nem para eles mesmo" a prisão acaba por excluí-los. - do obstáculo em conseguir arquivos,da situação de vergonha social - "Há aversão inveterada em todas as classes da população em relação aos libertos". Além disso,retrata a situação das prisões em 1848,das tensões e revoltas e a instituição carcerária.Também cita os Apaches , os "jovens malandros