EXCLUÍDOS DA HISTORIA
Capítulo 1
Os operários e as máquinas na França durante a primeira metade do séc. XIX
A resistência à maquinaria é descrita como uma conduta arcaica, rebelião espontânea de primitivo da revolta, ato de fúria cega, guiada pelo instinto de conservação. Função política da divisão de trabalho e da maquinaria nos processos de acumulação do capital: instrumentos de uma estratégia patronal para o controle da produção e a imposição da obediência a trabalhadores cuja competência profissional garantia uma incomoda autonomia. A origem e o êxito da fábrica não se explicam por uma superioridade tecnológica, mas pelo fato de ela retira do operário todo e qualquer controle e dá ao capitalista o poder de prescrever a natureza do trabalho e a quantidade a produzir.
Patronato, máquina e disciplina
A existência de uma mão-de-obra abundante e barata limitava o recurso às máquinas. o patronato não tinha um projeto mecanizador, o discurso dominante continua sendo o do emprego, não o da produção.Salários altos e reivindicações dos operários urbanos fazem com que manufaturas sejam implantadas no campo (longe das cidades caras) desindustrialização. As grandes cidades mantêm as industrias altamente qualificadas cuja mecanização ainda não se tornou possível. Mecanização que permite empregar crianças. A máquina permite romper o nó de estrangulamento das pretensões operárias. A máquina é uma arma de guerra dirigida contra essa barreira de resistência que são os operários de ofício. Ela permite eliminá-los, substituí-los por uma equipe de engenheiros e técnicos, racionalizadores por natureza, mais ligados à direção da empresa. Permite que o patronato se assenhoreie da totalidade o processo de produção. O que esta em jogo é o controle das matérias primas, dos produtos em qualidade e quantidade, dos ritmos e dos homens. É um instrumento de disciplina cujos efeitos precisam ser vistos concretamente.
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