brasilia
José de Souza Martins - Venho polemizando com a tentativa de colocar a concepção de exclusão no centro da explicação da realidade social contemporânea em países como o Brasil. Essa é uma peleja necessária, já que aceitar a centralidade do "conceito" de exclusão social seria o mesmo que recusar toda a tradição do pensamento sociológico. A concepção de "exclusão" é antidialética. Ela nega o princípio da contradição, nega a história e nega a historicidade das ações humanas. É um "conceito" ideologicamente útil à classe média e a seu afã conformista de mudar para manter. A minha crítica da concepção de exclusão e da ideologia que dela decorre é para proclamar que nelas se oculta o verdadeiro problema a ser debatido e a ser resolvido: as formas perversas de inclusão social que decorrem de um modelo de reprodução ampliada do capital, que, no limite, produz escravidão, desen- raizamentos, pobreza e também ilusões de inserção social. Não há propriamente exclusão, e sim formas anômalas e injustas de inclusão.
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A SOCIEDADE VISTA DO ABISMO: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes sociais José de Souza Martins Professora: Camila Diniz
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O autor situa a sua perspectiva de análise nas ásperas irregularidades do tecido social e indica nelas a dimensão cognitiva e função metodológica para decifrar e explicar sociologicamente os enigmas de uma sociedade de extremos.
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Considera que o conceito exclusão (inconceituável, impróprio, vago e indefinido) veio substituir a ideia sociológica de processo de exclusão, atribuindo-se mecanicamente todos os problemas sociais e distorcendo a questão que pretende explicar. Afirma que o uso da concepção de exclusão social é um meio indireto de reconhecer algo de difícil reconhecimento; Explica que, talvez pudéssemos negar a existência