Os equivocos da estratégia
No Brasil desde há muito que a expressão estratégia vem sendo utilizada de forma equivocada. Estratégia é opção, não é ação; baseando-nos nela podemos alcançar os nossos objetivos se soubermos otimizar os nossos recursos. A estratégia de hoje somente terá o seu resultado no futuro. Os recursos do Brasil são enormes – natureza, pessoas capazes e habilitadas, e muito capital, no entanto a estratégia não está à altura deste maravilhoso país.
Tal como vem sendo conceituado, o crescimento sustentável e desde sempre afirmado, mas logo desmentido pela forte dependência da economia brasileira do exterior, pressupõe-se um viés perigoso na conceituação das estratégias atuais.
O caso do designado pré-sal é o exemplo acabado das nossas afirmações; quanto dinheiro já foi distribuído, quantos projetos realizados com montantes que ninguém sabe exatamente o valor. Mas agora que passou a euforia da política seria de grande utilidade colocar os pés no chão e rever o conceito de estratégia.
No Brasil o governo na ânsia de pagar a dívida e constituir lastros em divisas esqueceu de incentivar o controle dos seus recursos e, sobretudo dos seus mercados, passando o país a servir de fonte ao enriquecimento dos outros, mais astutos, e quem sabe, mais estrategistas. A soja, o milho, o algodão, o ferro e o alumínio, dificilmente tornarão a ser controlados pelas empresas brasileiras; pelo contrário os chineses, indianos e muitos outros estão enriquecendo a1 custa da nossa “sustentabilidade”.
No entanto, o que mais nos preocupa é o designado de /ré-sal , pois ao que parece todos já sabem o custo da sua extração, que não haverá novas descobertas com extrações mais baratas e sobretudo quais serão as cotações do petróleo à época da extração. Talvez isso não importe para já! Mas a pergunta que fica no ar é: e a água? Não será um bem, mais estratégico que o petróleo?
Segundo a ONG Pacific Institute (http://www.worldwater.org/data.html) o Brasil detém 12%