Os dois sentimentos da infância
Muito além da nossa vã imaginação, existiram inúmeras sociedades; cada qual com particularidades marcantes vivenciadas onde muitas seguiam costumes e orientações repassadas de geração para geração sem que existisse alguma forma de arbitragem correspondente aos fatos sociais. Conseguimos então observar o relato que um médico do século XVII fez. O Doutor Heroard, em seu diário, relatou a vida de um pequeno jovem. Nesse relato, Heroard relata cuidadosamente cada passo que a criança deu, desde suas primeiras falas, suas primeiras brincadeiras ou suas ocupações. Logo de imediato, Heroard destaca que as crianças eram tratadas igualmente, indiferentemente se elas fossem de uma família de fidalgos ou de uma família real. Mas ele acaba observando uma criança em especifico, uma criança de uma família real, onde seus costumes e crenças acabam sendo bem diferentes de outra família. O jovem Luís XIII não frequentou uma escola como era de costume dos outros garotos; ele foi educado com a ajuda de seus companheiros. Quando ainda era pequeno, ele costumava a brincar com brinquedos “comuns”, como cavalo de pau, pião ou cata-vento. Mas logo que completou um ano e meio de vida, um violino foi colocado em suas mãos. O pequeno Luís XIII mal sabia andar e já estava com um violino em suas mãos. Esse instrumento não era nobre, mas sempre estava presente em qualquer festa. Ainda com essa mesma idade, o menino já estava jogando malha e golfe, modalidades que necessitavam de força e concentração.
Luís XIII teve ensinamentos bíblicos e seus hábitos e brincadeiras foram mudando com o passar do tempo. Heroard detalhou cada passo que esse menino deu. Cada novo aprendizado, o médico detalhava em seu diário.
Heroard relata também como era o procedimento em festas no século XVII. Os casais mais velhos esperavam os jovens na varanda de suas casas. Os meninos e as meninas se vestiam igualmente, com túnicas e coroas de flores.