Os dois sentimentos da infância

RESUMO CRÍTICO

Os dois sentimentos da Infância

Aries inicia seu texto dizendo que nas sociedades medievais o sentimento da infância não existia, mas logo esclarece que isso não significa que não houvesse afeição por elas, mas sim a ausência da consciência da particularidade infantil, e prossegue relatando que devido essa falta de sentimento, e também por causa do alto índice de mortalidade, as crianças ingressavam na vida adulta aos sete anos de idade. Aquelas que conseguiam sobreviver já estavam prontas para participar de toda vida social dos adultos, incluindo o trabalho, os jogos e brincadeiras. É a partir dos séculos XVI e XVII que começa aflorar um sentimento em relação aos pequenos, através das mães e amas, esse sentimento é chamado de “paparicação”, sendo caracterizado pelo excesso de cuidados e carinhos. As crianças que até então não eram notadas passam a ser o centro das atenções, eram cuidadas quando estavam doentes, educadas pelas amas e mães que as ensinavam a falar e alegravam aos adultos com suas brincadeiras e agitações. Esse primeiro sentimento surgiu no interior das famílias burguesas, mas se espalhou também entre as camadas populares, uma vez que as amas também tinham seus filhos. Em contrapartida à paparicação, surge a “moralização”, que se preocupava em educar e moralizar as crianças, pois elas não podiam ser vistas como seres engraçadinhos e tão pouco agirem livremente sem limites. Os moralistas, homens da lei, que criaram o segundo sentimento da infância, acreditavam que as crianças eram seres especiais, pequenas criaturas, mas que não poderiam ser paparicadas, ao contrário, era preciso discipliná-las para se tornarem adultos honrados. Os moralistas ocuparam-se em estudar o comportamento das crianças e preocupavam-se também com a higiene e a saúde física. No século XVII, segundo o autor, esses dois sentimentos faziam parte das famílias. É preciso destacar que apesar dos estudos de Philippe Áries serem de grande importância para a