Os deuses da administração
O objetivo de identificar a cultura organizacional através do questionário proposto por Charles Handy, provém da facilidade de relacionar comportamentos através da comparação com os deuses da mitologia grega.
Para os gregos, os deuses representavam características com as quais os humanos identificavam-se, adorando um ou mais deles de acordo com seus próprios desejos. Portanto, a religião representava os costumes do seu povo e não a adoração etérea e distante apregoada pelo cristianismo.
O autor Charles Handy (1991) explica na introdução de seu livro “Os Deuses da Administração” que o uso desta analogia serve para “frisar um ponto muito importante, de que a administração não é uma ciência exata, mas antes um processo criativo e político que deve muito à cultura e à tradição prevalecentes naquele lugar e naquele momento”. Entretanto, existem certos padrões no comportamento das pessoas que podem ser identificados e servir de apoio na decisão dos administradores, e o uso da mitologia representada pelos deuses Zeus, Apolo, Atena e Dionísio se propõe a identificar esses padrões relacionando-os com a representatividade cultural de cada um desses deuses e a filosofia administrativa adequada. Também o autor observa que, cada cultura (ou deus) não é única e nem pode ser classificada como boa ou ruim, e sim adequada ou inadequada para a organização ou para o funcionário.
Esta concepção pode ser chamada de Teoria da Adequação Cultural, onde não existe uma cultura ideal e uma cultura certa para o propósito certo, sendo a sua validade consolidada pela experiência pessoal de cada funcionário, sem o que seria apenas mais uma teoria sem utilidade.
A primeira a ser analisada é a Cultura-de-Clube, representada pelo deus supremo do Olimpo, Zeus.
Conforme a mitologia grega, um deus deveria matar seu pai para assumir seu trono, assim como os pais deveriam matar seus filhos para evitar serem