os desvaneios do general
Conforme a sua conveniência, condenava ou absolvia réus. Certa vez mandou daruma sova num promotor público que não lhe obedeceu a ordem de ser brando na acusação. Noutra ocasião, correu a relho da cidade um juiz que teve o caradurismo de assumir ares de integridade e de opor resistência a uma ordem sua.
O general se lembra do dia em que um artigo desaforado apareceu na Voz deJacarecanga . Sem assinatura, dizia assim. A hiena sanguinária que bebeu o sangue dos revolucionários de 93, agora tripudia sobre a nossa mísera cidade desgraçada.O general entende ser com ele, não havia dúvida (corria por todo o Estado a sua fama de degolador.) Ele fica furioso, quase estourou de raiva. Tremeu, bufou, enxergou vermelho. Pegou o revólver.
Passado o primeiro impacto, desconfiou de quem pudesse ter vindo tal artigo:Botou a farda de general e dirigiu-se a I ntendência. Mandou chamar o Mendanha, diretor do jornal. O Mendanha veio. Estava pálido. Era atrevido, mas covarde entrou de chapéu na mão, tremendo. O general manda Mendanha sentar, em seguida picou a página em pedacinhos, amassou-os todos numa bola e atochou-a na boca do outro, ordenando que comece. Mendanha suplica com o olhar, ao passo que o