Os (Des)Caminhos da Escola Protetora: Violações de Direitos da Criança e do Adolescente no Cenário da Educação
Os (des)Caminhos da Escola Protetora:
Violações dos Direitos da Criança de do Adolescente no Cenário da Educação
Alexandre Ferreira do Nascimento1
No ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa duas décadas, refletir sobre o papel da educação no projeto político que lhe fez emergir e que orienta seus operadores, é fundamental para novos avanços. Sobretudo, num momento histórico em que o problema de acesso à escola é considerado praticamente superado e a política de democratização da educação passa a se ocupar com maior contundência no enfrentamento à evasão e ao fracasso escolar. Nesse sentido, a escola como espaço privilegiado de construção de valores e modos de vida na sociedade capitalista contemporânea, é chamada à sua responsabilidade de intervir, de forma sistemática e planejada, nos casos de violações dos direitos humanos das crianças e adolescentes e a integrar-se, definitivamente, à rede de promoção e defesa desses direitos.
O cenário
Ouvimos dos operadores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA), de forma recorrente, a fala de que a educação é um dos setores mais resistentes às diretrizes do ECA. Do outro lado, ouvimos dos profissionais da educação, também recorrentemente, que “o ECA só confere direitos às crianças e adolescentes, e os deveres?”, sendo a lei entendida como algo que veio diminuir a autoridade do professor e do dirigente escolar. Mas ambos os segmentos parecem comungar de uma mesma opinião, a que existe grande desinformação por parte dos educadores sobre a lei e sobre as atribuições dos órgãos de defesa; sendo estes