Projeto De Monografia
Matéria publicada pelo Jornal do Brasil No mês em que se comemora o Dia da Criança, um grupo de deputados federais tenta, em Brasília, aprovar uma lei que tem um objetivo ambicioso: revolucionar a relação pai/filho e tornar o uso de castigos físicos coisa do passado. Proposto em 2010, o PL 7.672, mais conhecido como a "Lei da Palmada", voltou a ser discutido na Câmara e ganhou até uma comissão especial só para avaliá-lo. A tendência é que o projeto seja votado até o final do ano. E um dos grandes adversários da iniciativa é justamente o seu apelido, garante a deputada federal Teresa Surita (PMDB-RR). Com alto índice de rejeição entre a população, o projeto foi interpretado pelos críticos como a proibição absoluta das palmadas e a prisão sumária dos pais agressores. Mas Surita explica que não é bem assim.
"Em primeiro lugar, o foco do projeto é conscientizar a população de que há outras maneiras de educar uma criança sem apelar para os castigos físicos. Além disso, o apelido "Lei da Palmada" minimiza muito o nosso objetivo e cria vários mitos, como o que o filho vai mandar o pai para a cadeia", aponta a parlamentar. "Não estamos falando daquela palmadinha leve, de baixo para cima, que alguns pais ainda usam. Estamos falando de clavículas deslocadas por um puxão, de um olho roxo, de hematomas sérios".
"O foco do projeto é conscientizar a população de que há outras maneiras de educar uma criança sem apelar para os castigos físicos", diz Surita
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Outros países já aderiram ao fim dos castigos corporais sem criar uma cultura de punição aos pais. O primeiro foi a Suécia, ainda em 1979. Entre os 30 países que seguiram o exemplo sueco, os mais recentes são Sudão do Sul (2011), Quênia (2010) e Espanha (2007). Na América Latina, Costa rica, Uruguai e Venezuela também abraçaram a ideia. "A discussão passa por entender quais seriam os limites que os pais teriam para