Origens do Pensamento Grego
Muito se discute sobre a gênese do pensamento grego. A sua contribuição para a história da humanidade é de tal ordem que, em geral, tem-se a impressão de que, por assim dizer, os gregos nasceram prontos. Como lembra Werner Jaeger, “as origens do pensamento filosófico grego têm sido consideradas, geralmente, dentro do quadro tradicional da “história da filosofia”. Os pré-socráticos” constituíram, desde Aristóteles, o problema histórico e o fundamento sistemático da filosofia Ática clássica, isto é, o platonismo. Nos últimos tempos, esta conexão histórica teve uma tendência a passar a segundo plano devido ao desejo de compreender cada um daqueles pensadores em si mesmo, na sua própria individualidade, como filósofo original, assim destacando melhor relevo a sua verdadeira importância” .
Conhecemos, pois, uma versão, digamos, “condensada” da formação da civilização grega, em que a genialidade dos seus pensadores - e o seu legado estruturante da cultura ocidental - sobrepujam o desejo de se entender o estabelecimento dos gregos no seu território, e a maneira como o organizaram. Tradicionalmente, se divide a História Grega antiga em 4 períodos :
1) Período homérico – 1.200 a 800 a.C. – período resumido pelas obras de Homero (Ilíada e Odisséia), em que aqueus, jônios e dórios conquistam e dominam Micenas, Tróia e Creta, instalando nessa região um regime patriarcal e pastoril, uma economia de subsistência que vai paulatinamente se tornando agrária e comercial com o intercâmbio com outras regiões do mundo então conhecido;
2) Período arcaico – 800 a 500 a.C. – período em que os gregos definitivamente se estabelecem e formam as primeiras cidades-estado, como Atenas, Esparta e Tebas, deixando a monarquia agrária para trás e dirigindo-se por uma oligarquia marcantemente urbana e comerciante, em que a influência grega se espalha pelo Mediterrâneo;
3) Período clássico – 500 a 400 a. C. – conhecido como “o século de